quinta-feira, 24 de maio de 2012
Zéro de Conduite
A alegria andava ao lado. De fato, do outro lado do canal. O mesmo onde, ironicamente, cruzava o barquinho que carregava o brilhante nome de Zéro de Conduite. Do outro lado, o som do pandeiro, atabaque e tamborim, que caminhavam e levavam todos, faziam a magia dos corpos quando dançam, um ato de alegria tão comum para mim. E eu andando na outra margem, indo paralela à essa alegria, vendo-a caminhar lado a lado, tão perto e ainda, do outro lado. Fiquei desejando o último barquinho sem conduta para me ajudar a cruzar, mas ele já tinha saído havia tempo. Olhei a distância para a ponte, e vi que não valia o desvio. Olhei pra frente e vi o único trajeto possível, o qual já tinha traçado antes mesmo de correr paralela à alegria inusitada. E fiquei tranquila por considerá-la tão prazerosa quanto à realidade do outro lado, certa de que algumas escolhas se acalmam com o tempo.
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Um comentário:
AILAIQUITI.
quero você escrevendo todo dia!
a alegria não é mais bonita quando é tão natural, mas tanto, que nem pode ser conduzida? e simplesmente acontece?
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